Tocar música clássica é Tradição.

12-06-2025

Tocar música clássica é Tradição.

Durante os anos do franquismo celebrava-se periodicamente em Espanha um «Certamen Nacional de Tunas [ou de Estudiantinas]» universitárias, organizado pelo SEU («Sindicato Español Universitario», o ramo universitário do sindicato único do regime franquista), cada vez numa cidade distinta. Pelos anos 60 o ambiente geral era propício para a popularidade das tunas universitárias, porque andava por aqueles tempos pelas salas de cinema, com grande êxito de público, a película Pasa la tuna (de 1960), que contava uma história sentimental arredor de uma tuna universitária em Madrid.

A Universidade de Santiago, única da Galiza então, possuía uma tuna desde pelo menos os anos 80 do século XIX. Dela fez parte Castelao, que no seu livro Sempre en Galiza contou as suas lembranças e impressões de uma viagem a Portugal como membro da tuna.

Nos certames dos anos 40 e 50 a tuna compostelana fora premiada repetidamente, nalgum caso com o primeiro prémio.

O militar, jurista e professor ferrolano Robustiano Fernández Ballesteros (falecido em 1998) narrou no seu artigo «Ferrolanos en la tuna compostelana de los años cincuenta», publicado no número 4 (1993, pp. 18-23), da revista ferrolana Ferrol Análisis (que deve grande parte da sua existência à iniciativa do amigo Germán Castro, antigo companheiro no Seminário mindoniense) algumas das suas experiências como membro de aquela tuna. E fazia notar a alta qualidade musical do conjunto:


 “Quiero advertir al llegar aquí, que aquella Tuna era una tuna de concierto. Es decir, no era una especie de rondalla que canta mucho y toca poco. No era una tuna de simples pasacalles y actos festivos. No. Era como una orquesta de punteo, que sólo utilizaba como apoyo una flauta, y veces un violín, sobre todo para la calle. Su lugar de actuación solían ser los teatros” (FerrolAnálisis 4, 1993, p. 20).

[...]

Informava-se também da feliz chegada da tuna a Oviedo:

“La Tuna en Oviedo

Ya se encuentra en Oviedo nuestra Tuna Estudiantil, que participa en el Certamen nacional del SEU. Los muchachos salieron de aquí muy animados. Han tomado muy en serio ese concurso y confiamos en que realicen un lucido papel.

Estarán de regreso de un día a otro, porque el presupuesto colectivo  –y suponemos también que el particular–  no dará para prolongar mucho la estancia en la capital asturiana.

Pepe Alvite” (La Noche, 5 de março de 1962, p. 4).

Efectivamente, no certame de Oviedo os nossos tunos foram dos melhores, pois receberam o segundo prémio. A tuna vencedora, a de Valência, ganhou precisamente interpretando uma peça de Mozart. O mesmo jornalista santiaguês Pepe Alvite informava do êxito:

¿No se lo decíamos a ustedes? Los muchachos de la Tuna Universitaria de Santiago llegaron a Oviedo y triunfaron. Para el primer premio se les puso delante la de Valencia, con un nocturno de Mozart; pero ni uno más ha logrado pisar el terreno a los nuestros, que conquistaron brillantemente el segundo. A continuación se clasificaron las Estudiantinas de Barcelona, Granada, Madrid, Zaragoza y Salamanca.

El optimismo con que nos hablaban los tunos antes de partir para Oviedo hacía concebir esperanzas de éxito grande”. (La Noche, 8 de março de 1962, p. 4).

 

 

Texto de José-Martinho Montero Santalha

Fonte: https://www.homenaxeseminariomondonedo.com/a-tuna-universitaria-de-santiago-interpreta-mozart-no-seminario-marco-de-1962/