XXVI FITU Cidade do Porto

14-10-2012

XXVI FITU Cidade do Porto
Decorreu no passado fim-de-semana o XXVI FITU Cidade do Porto, este ano especial pela comemoração do primeiro centenário do Orfeão Universitário do Porto. Esta nobre instituição cumpre o seu papel de representatividade da Universidade do Porto há 100 anos, integrando uma grande parcela de estudantes e antigos estudantes da UP.
 
 
O festival iniciou na Sexta-feira com as atuações das várias tunas no mítico Piolho por entre um ambiente de muita diversão que culminou na sede do OUP, onde os participantes ainda viram os primeiros raios de sol. 
 
Na tarde de Sábado, as tunas voltaram aos Leões para a Foto da praxe do FITU, onde foram brindados com um sol radioso. 
 
 
Seguidamente na sede do OUP, ocorreu a apresentação do livro "Qvid Tvnae", pelos seus autores: Eduardo Coelho, João Paulo Sousa, Ricardo Tavares e Jean Pierre Silva. Fruto de um trabalho intensivo de investigação, o "Qvid Tvnae", apresenta-nos todos os factos históricos relacionados com a história da Tuna, desde os primórdios até 1995.
 
 
Por volta da 21:30h, o Coliseu do Porto abriu as portas para o decorrer do grande espetáculo do FITU. A apresentação ficou a cargo dos Jograis do OUP, que apresentaram sketches humorísticos, e alguns também de carácter musical, a maioria deles sobre a atual conjuntura política e económica do país. Com uma versatilidade fantástica, os jograis do OUP, puseram a plateia a rir à gargalhada em todos os momentos da sua intervenção. 
 
 
O primeiro momento musical da noite foi encantador e de malmequer na orelha, ficando a cargo da Tuna Feminina do Orfeão. Com a entrada de uma série de Bombos a rufar pela plateia do Coliseu, a solista interpretou "Canto Moço" de Zeca Afonso. Com autoria de Tom Jobim, interpretaram "Pela luz dos olhos teus" e ainda "O Xote das meninas" de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, deixando o público com vontade de dançar. A "Canção do mar" de Amália Rodrigues foi o tema que se seguiu e ainda o instrumental "Perestroika" com ritmos da Europa de Leste. Após a subida a palco de antigos elementos da tuna, e do Presidente do OUP, foi feita a apresentação dos padrinhos do XXVI FITU - os "Vozes da Rádio", que colocaram uma fita no estandarte da TUP. Ouviu-se um belíssimo tema "Serenata" que encerrou a atuação da tuna, deixando no ar uns belíssimos arranjos vocais daquelas vozes cristalinas.
 
 
A Tuna Académica de Biomédicas iniciou o concurso de tunas da noite, com uma claque de apoio bastante efusiva, durante toda a atuação, que se pautou por palavras de manifesto e de revolta: "...agora ninguém mais cerra as portas que Abril abriu!" Esta foi a frase introdutória para o tema "A morte saiu à rua" de Zeca Afonso, de uma musicalidade muito forte, assim como o seu significado "...que se acabem os pintores mortos e os poetas castrados...e que os estudantes sejam unidos!". Seguiram com "Mulheres" de Martinho da Vila e o instrumental "O Sonho Napolitano" dedicado ao Professor Nuno Grande, falecido recentemente. Numa atuação lineada por uma alegria inebriante ouviu-se ainda "Corazón Espinado" e "Memórias de um Tuno" finalizada com um show de estandartes e pandeiretas.
 
Vinda de Lisboa, subiu a palco a TUIST- Tuna do Instituto Superior Técnico, iniciando a sua apresentação com a musicalidade de "Cavaleiro Andante", numa letra dedicada à Cidade do Porto e ao FITU, que retirou do público muitos e efusivos aplausos de admiração e agradecimento. Após o original "Vontade de ser", ofereceram à organização uma fita para o estandarte da TUP. Numa mistura de Guitarra de Coimbra e Guitarra de Lisboa interpretaram o instrumental "Paredes meias com Armandinho", o original "Se um dia não houver luar", e ainda, do belíssimo poema de Joaquim Pessoa, "Amélia dos olhos doces", na voz encantadora dos solistas. Findaram com alegria e pandeiretas a saltar em "Esta Lisboa que eu amo".
 
 
Os Padrinhos do FITU fizeram as honras da casa da segunda parte do espetáculo. Os "Vozes da Rádio" interpretaram dois temas à capella: "Capitão Romance" dos Ornatos Violeta e o conhecido "Fado do Estudante". De uma qualidade vocal inigualável, estes 5 senhores deixaram o público do coliseu boquiaberto.
 
 
A Tuna de Segreles de Puerto Rico foi o momento musical seguinte. Vindos do outro lado do Atlântico, apresentaram uma atuação muito animada e riquíssima a nível vocal e instrumental, com um à vontade fabuloso. Com uma ligação bastante íntima com o nosso país, especialmente com o mundo tunante, em forma de homenagem, Segreles incluiu o vermelho e o verde da bandeira portuguesa no seu Brasão. Iniciaram com pandeiretas e estandartes a rodar no primeiro tema "Silvério Perez" - curiosamente o mesmo 1º tema que tocaram então, em 1996, na 1ª vez que estiveram no Porto, no Vº Lusíada e naquele mesmo cenário - seguido de "Condolero". Na sonoridade de uma rumba flamenca interpretaram "Una rosa és una rosa", com algumas exibições instrumentais individuais pelo meio da música, terminando a atirar rosas para o público, deixando o Coliseu ao rubro. O Solista brilhou no tema "Creo", continuando com um enérgico instrumental deveras impressionante de uma mistura de instrumentos fabulosa e uma execução exímia - "La 5ª Sinfonia com Mambo nº5", que lhes valeu os aplausos da plateia em pé. Findaram com coreografias cómicas em "Besos de Fuego" e um enorme estandarte em forma de chama.
 
 
Seguiu-se a Tuna Académica da Universidade Portucalense - Infante D. Henrique, também acompanhada por uma claque bastante animada. Interpretaram temas já bastante conhecidos do seu repertório como o fado "Nem às paredes confesso", o instrumental "Noites Ibéricas" e a "Rosinha dos Limões" na voz de um solista de olhar vagueante. Seguiram com um belíssimo tema das Vozes da Rádio "Rouca vai a Campainha". Como agradecimento, a meio do espetáculo ofertaram ao OUP um quadro com o símbolo e as cores da tuna, além de flores e vinho do Porto aos magister's das tunas do OUP. Seguiram animados a sua apresentação com "Cantar de Emigração" e "Quando esta tuna passa", numa sonoridade muito típica das tunas portuenses.
 
 
Abriu-se mais uma vez a cortina para os afilhados dos anfitriões - a Tuna de Engenharia da Universidade do Porto. Apresentaram temas como, "Nome de Rua", cuja última parte se ouviu à capella e "Porto na memória" onde se destacou a coordenação exemplar da coreografia de 6 pandeiretas. O instrumental de Arturo Marquez "Danzón nº2" também foi interpretado, assim como "Pasión" de Rodrigo Leão e "Hoy" de Gloria Estefan que contou com um gigante e enérgico coro por parte do público. Antes de a cortina fechar, ainda se ouviram algumas frases do "Hino de Engenharia", sempre com muita animação.
 
 
Após o Jograis terminarem a sua apresentação com a companhia dos elementos mais antigos, chegou a hora da tuna da casa fazer as honras finais. Interpretou temas bastante conhecidos do seu habitual repertório, tão bem conhecido por este país. Ouviu-se a "Madalena", a bossa nova "Jamais" numa belíssima voz do solista, "As carvoeiras". E porque "...só há poesia porque há amor" numa bela mistura dos dois, apresentaram "Perdidamente" e uma sonoridade poderosa e arrepiante em "Timor". Após uma homenagem a Hugo Silva (elemento do OUP que está realizando um documentário sobre os 100 anos desta tão nobre Instituição), a Tuna de Segreles subiu a palco para uma interpretação conjunta de "Guantanamera".
 
 
Entretanto o júri do Certame deliberou, e seguiu-se a entrega de prémios, tendo estes sido atribuídos da seguinte forma:
 
 
Melhor Estandarte: Tuna Académica da Universidade Portucalense
Melhor Pandeireta: Tuna de Engenharia da Universidade do Porto
Melhor Instrumental: Tuna de Segreles - Puerto Rico
Melhor Solista: Tuna Académica da Universidade Portucalense
3ª Melhor Tuna: Tuna do Instituto Superior Técnico
2ª Melhor Tuna: Tuna de Engenharia da Universidade do Porto
Melhor Tuna: Tuna de Segreles - Puerto Rico
 
 
E antes das cortinas encerrarem, a TUP interpretou a mítica e bela melodia original - "Amores de Estudante".
 
 
A festa continuou na Sede do OUP, até quase de manha, sempre muito animada.
Foi deveras um excelente espetáculo, digno do Centenário do Orfeão Universitário do Porto, esperemos que para o próximo ano as comemorações continuem.
 
 
O PortugalTunas agradece ao OUP e à sua Direcção, na pessoa do Rui Miguel, Presidente da Direcção, todas as facilidades concedidas.