VII HERMINIUS: a celebração da música universitária

06-06-2022

VII HERMINIUS: a celebração da música universitária
Imortalizada por Amália como "Cidade neve" ou "cidade flor", ao longo dos últimos anos a Covilhã habituou-nos à qualidade dos produtos da região, mas também se veio a revelar como uma das melhores escolas do meio tuneril.

A Universidade da Beira Interior tornou-se casa e palco de tunas que ao longo dos últimos anos se têm destacado pela enorme qualidade musical e pelo espetáculo com caraterísticas únicas, que as destacam das demais. Por isso, foi sem surpresa que nos preparámos para um fim de semana de HERMINIUS onde sabíamos, logo à partida, que as nossas expetativas não seriam defraudadas.

A sétima edição do HERMINIUS, festival organizado pela Tuna-MUs - Tuna Médica da Universidade da Beira Interior, contou com a participação da TEUP - Tuna de Engenharia da Universidade do Porto, da Tuna Universitária de Aveiro, da Tuna de Medicina da Universidade do Porto e da Desertuna - Tuna Académica da Universidade da Beira Interior.

Há muito que as sextas são o dia mais solene de todos os festivais por onde passamos e a Tuna-MUs quis manter a estrutura tradicional a que nos fomos habituando. Por isso, ao início da noite, a Praça do Município começou a vestir-se de curiosos e dos participantes das tunas a concurso, para darem início à noite de Serenatas. Ao longo de mais de uma hora de espetáculo, a Covilhã foi embalada ao som de temas como "Só um beijo", "Menina estás à janela" ou "Doce Covilhã".

O dia mais aguardado será sempre o do espetáculo principal e no VII HERMINIUS não foi exceção. A tarde de convívio iniciou-se na hora de almoço no Oriental de São Martinho e com o início dos testes de som dos grupos, a Faculdade de Ciências da Saúde começou cedo a encher para uma tarde de convívio nos jardins, que durou até à hora do espetáculo. E se de boas tunas se faz a Covilhã, também o seu público não fica atrás. O auditório foi pequeno para receber tanta gente, o que deu o mote para uma noite que prometia ser memorável.

Diretamente da Veneza portuguesa, coube à Tuna Universitária de Aveiro (TUA) a abertura das atuações da noite. Da ria para a serra, ouvimos canções como "Os Vampiros", "Nada cessa o meu sofrer", com uma interpretação especial da canção "Menina do Alto da Serra", numa homenagem não só ao público feminino presente como também à tuna anfitriã, que a inclui no seu leque de canções de palco.

Vindos da cidade invicta e já depois de terem acolhido a Tuna-MUs no seu festival no final do mês de abril, a Tuna de Medicina do Porto apresentou-se com as canções "Caronte", "Máscara de Zorro", "Conquista", "Portugal só para me vires beijar" e a tão conhecida "Noite de Ronda", mostrando-nos que, cada vez mais, se destacam das outras tunas com um registo muito próprio de interpretação, não deixando dúvidas a quem poderão pertencer as canções.

Um curto intervalo abria o apetite para a outra tuna da casa, a Desertuna, recebida em euforia pelo público. Com uma das maiores presenças no festival (só superada pela tuna anfitriã), durante mais de 20 minutos fomos presenteados com canções como "Boémio Trovador", "Praia Lusitana", "A Nau e o Sonho", "Vem ver" e, fortemente acompanhada pela plateia, "Covilhã".

A responsabilidade de fechar o concurso caberia à TEUP, uma presença já habitual na Covilhã. Os engenheiros portuenses fizeram-se ouvir com canções já reconhecidas pelo público, como "Nome de Rua", "Danzon", "Índio do Brasil", "Porto na Memória" e, sem poder faltar, a tão conhecida "Hoy", que se fez acompanhar de todos os que assistiam.


No entanto, sabemos que o ponto alto da noite será sempre a subida ao palco da tuna organizadora e nisso a Tuna-MUs foi irrepreensível. Ao longo de oito canções (praticamente nove), ouvimos o melhor da tuna médica, que entre estandartes e pandeiretas, percussão e arranjos de vozes fortes, renovou a energia do público para um final incrível.

"Filhe", "Revolta", "Menina do Alto da Serra", "Volta ao mundo" e "Pastor sem Cajado" representaram-os ao longo do ano nos vários festivais em que participaram, mas para a noite haviam reservado surpresas como "Covilhã Cidade Neve" e "Entrudo", terminando com o "Hino à Tuna-MUs" + "Gonna Fly Now".

A noite ditaria que os prémios fossem distribuídos da seguinte forma:

Melhor Serenata - Tuna Universitária de Aveiro
Melhor Solista - TEUP - Tuna de Engenharia da Universidade do Porto
Melhor Instrumental - Desertuna - Tuna Académica da Universidade da Beira Interior
Melhor Pandeireta - Desertuna - Tuna Académica da Universidade da Beira Interior
Melhor Porta-Estandarte - Desertuna - Tuna Académica da Universidade da Beira Interior
Prémio Música VII HERMINIUS - "Vem Ver" da Desertuna - Tuna Académica da Universidade da Beira Interior
Tuna Mais Tuna - Tuna de Medicina do Porto
Melhor Tuna - Desertuna - Tuna Académica da Universidade da Beira Interior


Adriana Couto