X Noites de Baco

29-03-2015

X Noites de Baco

10 anos de Noites de Baco, 20 anos de TinTuna. O mote estava lançado e tudo indicava que seria uma grande festa o que, de facto, veio a acontecer nos passados dias 27 e 28 de Março, no Monte da Caparica, uma organização da Tintuna - Tuna Académica da Egas Moniz.

Na 6.ª feira, as tunas foram chegando a conta-gotas, deleitando o público presente com as serenatas na noite de 6.ª feira. Sábado, durante a tarde, houve tempo para muito convívio, o tradicional pasacalles e ainda os habituais testes de som, chegando rapidamente a hora de jantar e do espectáculo de palco.

Feitos os últimos ensaios e ajustes, e com uma sala bem composta, os apresentadores da noite deram início ao espectáculo. As apresentações, muito dinâmicas e eficazes, tal como é apanágio da TinTuna nos seus certames, foram-se desenrolando de uma forma bastante natural, tornando os intervalos entre tunas nada monótonos e permitindo aos participantes fazer os ajustes que, numa sala sem pano, nem sempre é fácil de contornar.

Feito o primeiro aquecimento ao público por parte dos apresentadores e dos seus sketches, subiu a palco a in'Spiritus Tuna - Tuna Feminina da Cooperativa de Ensino Superior Egas Moniz. Com 24 elementos em palco, iniciaram a sua actuação com "Desfado", prosseguindo para "Capas Negras". De seguida, o público acompanhou o "Vira do Minho", fazendo depois a tuna a sua despedida com "in'Storias".

De seguida, iniciou-se a prestação das tunas a concurso, cabendo à Tuna Templária de Tomar a abertura do elenco. Com 21 elementos em palco, iniciaram a sua prestação com "O Galo é o Dono dos Ovos", numa sonoridade bem reconhecida à Tuna Templária. De seguida, "Acorda a Sorrir, Lisboa" foi o tema interpretado, ao qual se seguiu a leitura de um poema e a passagem para o tema de solista, "Só Nós Dois". O instrumental precedeu "Gelado de Verão", tendo esta tuna terminado a sua prestação com "Pensando em Ti".

A segunda tuna a concurso da noite foi a Estudantina Académica do ISEL. Com 38 elementos, deram início ao seu espectáculo com dois temas de solista: "Vinho do Porto" e "Se ao menos houvesse um dia", em estreia. De seguida, a EAISEL interpretou o seu instrumental, de onde se destaca a empatia do seu "maestro"com o público, prosseguindo para dois temas de Madredeus: "Vem" e "Andorinha". Para finalizar, interpretaram "Sonho" e o seu hino.

Antes da saída para o intervalo, a TinTuna brindou todos os presentes com um dos grandes momentos da noite, na primeira de duas actuações que realizaram. Iniciaram a sua prestação com "Guitarra Toca Baixinho", dando depois lugar ao seu instrumental. Em seguida, chamaram ao palco Paulo de Carvalho, um músico que dispensa qualquer apresentação. Foi com muita humildade e simpatia que se dirigiu ao público presente, elogiando o trabalho da TinTuna e agradecendo o convite, lançando também alguns desafios aos presentes, e interpretaram conjuntamente "Nini dos Meus Quinze Anos", que levantou o público numa ovação prolongada ao músico português.

A abertura da segunda parte do espectáculo coube à anTUNiA - Tuna de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Com 38 elementos em palco, iniciaram a sua prestação com o pujante "Sancho Pança" e com o instrumental "Concerto para Dois Bandolins em Sol Maior". "Doce Feitiço", um tema de solista, deu lugar à estreia (em festival a concurso, dado que este tema foi estreado no seu festival deste ano) de "Rastos de Sabor". A anTUNiA finalizou a sua actuação com "Senhora do Mar".

A última tuna a concurso foi a Estudantina Académica de Castelo Branco. Com 28 elementos em palco, iniciaram a sua prestação com o seu hino original "É por ti que eu canto". De seguida, brindaram o público com o seu instrumental "Guitarra Baiana", interpretando seguidamente um tema de solista "Lisboa não sejas francesa". "Amanhã é sempre longe demais" foi o tema que se seguiu, havendo ainda lugar para a interpretação de mais duas músicas: "Uma Flor de Verde Pinho" e "Adeus que me vou embora".

Enquanto o júri deliberava, a TinTuna aproveitou a ocasião para fazer os tradicionais agradecimentos e entregar os prémios de participação. Realizaram, também, a segunda parte da sua actuação, onde os presentes puderam apreciar temas como "Tágides", "Cavalo à Solta" e "Noites de Luar", esta última dedicada às mães. Houve ainda tempo para a interpretação de "Ser TinTuno" e para uma coreografia e coro com o público em "Tudo o que eu te dou", culminando com o grito académico.

O júri, constituído por:

Nuno Ventura (Fundador da TinTuna)
Marco Santos (professor de música e ensaiador da TinTuna)
Sofia Lopes (professora de música e cantora)
António Lopes e (compositor, pianista e professor de música)
David Beja (membro da TinTuna

Deliberou:

Melhor Serenata - Estudantina Académica do ISEL
Melhor Pasacalles - Estudantina Académica do ISEL

Melhor Pandeireta - anTUNiA
Melhor Estandarte - Tuna Templária de Tomar
Melhor Solista - anTUNiA
Melhor Instrumental - anTUNiA

Tuna Mais Tuna - Estudantina Académica de Castelo Branco
Menção Honrosa - Estudantina Académica de Castelo Branco

Melhor Tuna - anTUNiA


A festa continuou noite dentro, num espaço criado para o efeito junto ao auditório.

Notas positivas - a organização e disponibilidade constante da TinTuna na recepção e acolhimento aos presentes.

Notas negativas - O som foi claramente o ponto negativo de todo o festival. Desequilíbrios na projecção de vozes e instrumentos, feedback constante (como aconteceu, a título de exemplo, durante praticamente todo o instrumental da anTUNiA) e técnicos de som a atravessar constantemente o palco durante a prestação das tunas, acabou por prejudicar os espectáculos dos presentes. Num festival onde existiu check-sound, é incompreensível que continuem a existir falhas tão marcantes em algo que é primordial para uma boa performance.

O Portugaltunas agradece toda a disponibilidade da TinTuna para a realização da reportagem, aproveitando a ocasião para parabenizar a organização pelos seus vinte anos.