Portuscalle 09

08-11-2009

Portuscalle 09
Foi no passado sábado, dia 7 de Novembro que se realizou mais uma edição do Portuscalle organizada pela TEUP – Tuna de Engenharia da universidade do Porto. Pouco passava das 21horas quando as luzes do Coliseu se foram apagando para começar o espectáculo.

A TUNAFE abriu o Portuscalle 09 na qualidade de Tuna extra-concurso e como afilhadas da TEUP. Foi uma actuação cheia de garra e com espectacularidade. As senhoras engenheiras arriscaram e foram bem sucedidas nos vários shows de pandeiretas com 8 elementos e com uma boa escola de porta-bandeiras e porta-estandartes.
Começaram com os ritmos latinos de “Poco a Poco”, passando em seguida para os sons de Zeca Afonso (muito invocado nesta noite) com “O Que Faz Falta”, depois seguiram para ritmos mais lentos e com direito a solista com “Hora de Fechar”. Terminaram a actuação com o seu hino “Tudo isto é Tuna” e ovacionadas pelo público da casa.

Estava na hora de iniciar a parte competitiva do Festival, cabendo a tarefa a Tuna da Universidade Católica Portuguesa. Tiveram uma actuação muito consistente e de belo efeito. Começaram com Zeca Afonso “Que Amor Não Me Engana”, passando para a “Desfolhada” com bom enquadramento dos seus solistas e um bom espectáculo de pandeiretas. Passaram para o seu tema Instrumental “Up Is Down” da banda sonora do filme “O Pirata das Caraíbas” com a sua qualidade já conhecida e com uma inovadora “luta de bandeiras”. Seguiram com o tema “Oração”, dedicado aos seus padrinhos de Tuna, a própria TEUP, e não deixaram de brilhar novamente com este tema excelentemente interpretado pelo seu solista. Seguiram com Maria Lisboa com novo esquema de pandeiretas e espectáculo de Estandarte que não foi bem conseguido devido a sua queda. Terminaram com ritmos cubanos e com o solista de “La Cartera” a impulsionar o público com o tema que encerrava a actuação.

A segunda Tuna a concurso deslocou-se de Aveiro. A Tuna Universitária de Aveiro, TUA, apresentou-se com muitos elementos em palco e com um típico sketch com meia dúzia de elementos até entrar a restante Tuna. Apresentam-se em fase de renovação com muitos elementos novos e notou-se na sua prestação geral. Iniciaram com o mais que conhecido Mix de Zeca Afonso com os temas: Índios da Meia Praia, Venham Mais 5, O que Faz Falta, Grândola Vila Morena, Homem da Gaita e O Amigo. Passaram para um dos seus originais mais recentes, o tema instrumental com o nome de Alavarium, que pecou pelos poucos elementos efectivos a tocar a música, mas que promete ser mais um sucesso da TUA. Passaram para o tema “Malagueña” feito a medida do seu solista que provocou aplausos na plateia do Coliseu e terminaram com mais um dos seus originais, “Amor a Beira-mar” com bom espectáculo de pandeiretas e bandeiras.

Em seguida, e antes do intervalo, mais uma Tuna de fora do Porto, vindos da Capital, a Estudantina Universitária de Lisboa mostrou os seus créditos, tanto com os jogos vocais como os seus dotes instrumentais. Abriram com o tema “a capella” “O Amor a Portugal” que conquistou de imediato o público. Seguiram para o tema instrumental de Júlio Pereira “Bandolinata” de belo efeito e com vários solos instrumentais, acompanhado de uma desorganização organizada com aceleração rítmica a finalizar com a inclusão de esquema de pandeiretas. Em seguida “Tourada” bem interpretado pelo seu solista e com um bom esquema de bandeira e estandarte. Em homenagem a madrinha da EUL, Amália Rodrigues, interpretaram o “Fado Português” e terminaram com ”Os Sinos da Sé” com nova interpretação do solista e bem acompanhado pela restante Tuna com esquemas de pandeiretas e porta-bandeiras, sendo que estes últimos mostraram-se um pouco azarados. Muito ovacionados pelo público que seguiu para o intervalo, mas com sede de mais Tunas.

A abrir a segunda parte do espectáculo veio a Tuna Universitário do Porto como Tuna extra-concurso e como padrinhos da TEUP, e que em ressaca pós-FITU não deixaram os créditos em mãos alheias e abrilhantaram a noite com “Menina das 7 Saias”, “Alma Llanera” especialmente preparado para a digressão efectuada este ano à Venezuela e em que o seu Porta-Estandarte mostrou os seus dotes; “Libertango” de Astor Piazzola como tema instrumental, “Guantanamera” e “Madalena” para gáudio e delícia do público presente, despedindo-se com “Amores de Estudante” enquanto fechavam a cortina e o público cantava em, uníssono. Mais uma bela actuação da TUP.

No regresso a competição entrou em palco a Tuna Académica da Faculdade de Economia do Porto – TAFEP, apresentando-se com bastantes elementos em palco e com uma boa prestação global. Iniciaram com “3 Palabras” e o “Segredos e Memórias” que apresentaram bons esquemas de porta-estandartes e coreografias de pandeiretas de bom nível. Seguiu-se o “Trocapingas” que apresentou um arrojado esquema de estandartes e com o ritmo imprimido pelos seus pandeiretas que muito incentivaram o público. Como tema instrumental, apresentaram uma música da banda sonora de um dos filmes da saga “Batman” intitulado pela TAFEP de “Morcego”, música de elevada intensidade e com um bom show de bandeiras, apesar de as mesmas “quererem fugir” ao seu manuseador e pecou pelo momento que os pandeiretas se perderam na coreografia, mas não perdendo o ritmo. Encerraram a actuação com os ritmos latinos de “La Dueña de Mis Amores” como interpretação de solista mas que foi abafado pela pujança imprimida pelos executantes instrumentais.

A finalizar a parte competitiva do Portuscalle 09, e vindos de Viana do Castelo, apresentou-se a Hinoportuna, em estreia no Coliseu do Porto e com muitos elementos em palco. Apresentaram ao longo do seu espectáculo uma apresentação em data show que se salientou em especial no 1º tema, sob o lema Mulheres de Portugal, Mulheres do Mundo e cujo título era “Cantigas do Mar”, em jeito de balada com abertura de show de porta-bandeira e como tema de solista. Em seguida o tema instrumental intitulado “Duetos” por ser uma mescla de músicas de Zeca Afonso e Júlio Pereira mostrou bom enquadramento entre músicas e com boa apresentação coreográfica e rítmica dos seus pandeiretas, que se mantiveram ao longo da actuação como os elementos “todo-o-terreno” e com muita interacção com o púbico. Em seguida, invocou-se novamente o nosso Zeca Afonso com “Maio Maduro Maio” que pecou pelo facto de a parte instrumental se sobrepor a vocal, apresentando uma boa coreografia dos seus porta-estandartes. Para finalizar e em homenagem a Amália Rodrigues, o conhecido “Havemos de Ir a Viana” fez as delícias do público. Uma boa actuação geral da Hinoportuna que se despediu em jeito de desgarrada e com os bombos a invadir a plateia, para deleite público do Porto.
Estava fechada a parte competitiva e aguardava-se pela prestação da Tuna organizadora, a TEUP.

Abriram-se as cortinas e... surpresa, em palco estavam a TEUP e a TUNAFE que interpretaram juntos e de forma muito intensa “O Fortuna” composto por Carl Off da colecção Carmina Burana. Estava instalado o delírio no Coliseu. Em seguida, e apenas com a TEUP como protagonista tocaram “Porto na Memória” com um bem conseguido espectáculo de pandeiretas a preceder um dos momentos da noite, com o tema instrumental “Czardas” interpretado da melhor forma, com muita interacção do público e com uma magnífica prestação do porta-estandarte que foi ovacionado por todo o público do Coliseu. Um dos grandes momentos da noite, sem sombras de dúvida.
Seguiu-se a festa com “A Festa da Vida” com mais uma boa prestação de porta-estandarte e porta-bandeira e que pela negativa se destaca o facto de o solista ter sido abafado pelo resto da Tuna. Antes da entrega dos prémios e para delírio do público, os ritmos latinos invadiram novamente o Coliseu com o tema “Hoy” de Gloria Stefan com uma re-finalização ainda mais rítmica. Foi uma excelente prestação da TEUP no âmbito global.

Foram chamados a palco os elementos do júri, que já tinham deliberado os prémios aquando da actuação da Tuna organizadora, os representantes das Tunas participantes no Portuscalle 09 e os antigos Tunos, para que o momento que se seguia fosse célere e pudessem finalizar o espectáculo da melhor maneira possível.
Foram feitos os agradecimentos finais aos patrocinadores do festival e ao público, que apesar de ter lotado o Coliseu e ter sido muito interventivo, tiveram momentos de algum desrespeito com as Tunas participantes.

O júri deliberou o seguinte:

Melhor Pandeireta – TAFEP
Melhor Porta-estandarte – Hinoportuna
Melhor Instrumental – EUL
Melhor Solista – Tuna da Universidade Católica Portuguesa
Tuna mais Tuna – Hinoportuna
Melhor Tuna – EUL.

Entregue os prémios a TEUP despediu-se do público com o Hino de Engenharia.

Umas palavras para referir que na noite de sexta-feira houve festa de comemoração dos 21 anos da TEUP com as Tunas Participantes e vários convidados e que a festa de sábado seguiu para o La Movida.

O som esteve de grande qualidade e muito volume, nem sempre bem aproveitado por todas as Tunas.

As apresentações foram a nódoa no melhor pano… além de mal conseguidas, estavam mal ensaiadas e mal interpretadas. Foi uma pena, mas não desanimou o público que assistiu a um bom espectáculo de Tunas.

E claro, da minha parte, parabenizar a TEUP pelas 21 primaveras, que muitas mais se sigam com muita e mais música e Tuna.
Um agradecimento a TEUP, em particular ao Manú, pelo convite e pela recepção e disponibilidade. Muitos Parabéns e aguardamos ansiosamente por uma futura edição do Portuscalle.

Denise “Panamá”