Em Escuta
27-10-2012
“Noites Perdidas” é o 1º álbum da Partituna, Tuna Académica do ISVOUGA (Santa Maria da Feira), lançado fez já um ano (Setembro de 2011).
O design da capa e do CD são sóbrios, ponderando o preto como cor base, o mesmo sucedendo com o libreto, também ele sóbrio e bem desenhado, e onde figuram os temas e autores, bem como um pequeno historial e duas mensagens de figuras locais.
A opção de ter a caixa do CD em papel cartonado, ao invés das usuais caixas de plástico terá o senão de obrigar a redobrados cuidados na preservação.
São 10 temas originais que alternam entre a adulação do vinho e da bebedeira, o cantar da cidade ou, então, da vida estudantil e a nostalgia de quem a vai deixar.
Um CD que é claramente é melhor nas melodias do que nas letras, e claramente melhor na sua componente instrumental (onde ainda assim se dá demasiada expressão a bandolins e acordeão) do que na sua prestação vocal.
Essa maior propensão para a componente instrumental está bem patente na beleza e execução do tema instrumental “Continental”, que ocupa a faixa nº10.
Destacaria a faixa nº3, Serenata à Feira, muito agradável de ouvir, assim como o da faixa nº4, o conhecido “Vou-me emborrachar”, embora mais pelo cariz popularucho do que pelo resto certamente. Outro tema que é também muito agradável de ouvir é o “Brando Navegar”, da faixa 7, sendo que o tema “Trova da Feira”, que está na faixa 9, continua a ser, para mim (e a par do instrumental), o melhor tema desta Tuna, só pecando por falta de arranjos vocais.
Uma singularidade surge no início da faixa nº 5, Noites Perdidas, onde existe, após o 1º minuto, uma clara influência (vamos ser gentis) da introdução do tema espanhol “Passa la Tuna [em Santiago]”.
Também a faixa nº 11, sob o título “Deliciosa Companhia” (em mais uma alusão vinícola) apresenta uma melódica muito interessante (da letra não digo o mesmo) que só peca pela falta de cavaquinhos (como aliás se sente em muitos outros temas).
Termino, ainda assim, com um puxão de orelhas ao FRA final, o qual contém erro de pronúncia (não se diz “arriquá”, mas “aliqua”).
Um CD, portanto, agradável e que vale certamente a pena adquirir. Não impressiona, mas também não será daqueles que se arruma mal se ouviu a 1ª faixa, contendo, aqui e ali, um ou outro tema que se destaca e que vale a pena ter numa playlist tunante.