"EM ESCUTA....."
26-01-2012
Será, com alto grau de probabilidade, um dos melhores trabalhos discográficos alguma vez produzidos e desde sempre em qualquer local do planeta onde haja Tunas: Não haverá volta a dar.
Vamos convir, os interpretes também ajudaram sobremaneira a este desfecho, então, no ano da Graça de 1995. Algures no País Basco, mais concretamente Bilbau, uma Tuna autoctone fazia "explodir" - passe alguma analogia que se quer do passado - o mundo tuneril espanhol e até português, fruto de uma geração de ouro que preencheu as fileiras da Tuna Universitária de Deusto na 1ª metade dos anos 90 do Séx.XX.
Começa este trabalho, gravado nos estúdios "Tío Pete" por Carlos Zubiaga ("El Consorcio") como técnico de som, com um tema vocal da opera Basca "Txanton Piparri" (B. Zapirain) intitulado "Euskal Herriko". Ainda hoje poucas, muito poucas conseguiriam tal façanha com esta interpretação que classifico de imperial, lembrando - como diria o Dr. João Paulo Sousa - os coros da Era Soviética. Simplesmente avassalador, dando o mote para o resto do CD.
Depois o desfilar de temas de sempre do cancioneiro tuneril espanhol, como sendo "Granada" ou "Luna de España", passando por versões de temas sul-americanos - e ao tempo a sulamericanitis estava generalizada na tuna espanhola - como os conhecidos "Dos Palomitas" (numa versão que pessoalmente não me agrada) ou o impressionante na execução vocal e instrumental "Las Palmeras" (ainda hoje a minha versão favorita do tema). Pelo meio, "El Menu", o brasileiro mas cantado em espanhol "Avé Maria en el Morro" e temas mais soft como "Enamorada", "Flor de Ausencia" ou o original da mesma tuna intitulado "Tuna Viajera".
Vozes que para lá de sublimes, de excelência, bem trabalhadas e em arranjos comme il faut fazem deste trabalho uma referência incontornável ainda hoje, sendo mesmo complicado 16 anos depois vermos algo parecido, sequer. E é uma referência tripla: De excelência interpretativa e fora do normal, na época, porque excelentemente bem registado e misturado e porque - caso raro - apresenta-se vocalmente superior e face à interpretação instrumental que também é muito boa - quando em 99% dos registos de tunas é precisamente o oposto que ocorre: melhor tocado que cantado. Neste disco, é ao contrário.
É uma peça de colecção, hoje, este CD, por todas as razões e mais alguma. Termino como comecei mas agora com a letra de Euskal Herriko traduzida. De facto, estes Bascos foram geniais....
Somos filhos de Euskal Herria
a quem devemos a vida.
A seu favor daremos
todo o sangue das nossas veias
Á sua lei e á sua formosa lingua
lhe temos um grande amor.
até morrer gritaremos:
Que viva Euskal Herria!
http://www.tunadeusto.com/discografia.htm