A Arte da Auto-Mutação....

13-12-2018

A Arte da Auto-Mutação....
Lavrar o Editorial de Natal começa a ser, para lá de um hábito, uma tarefa quase ingrata, admite-se.

É dificil fugir aos lugares comuns deste tipo de retórica de final de ano: Já se sabe quem foi quem, quem apareceu, quem tocou melhor, quem continua desaparecido,quem continua a tocar mal e por aí fora. Deixa-se isso ao critério do leitor.

O relevante tem sido e antes, a mutação lenta mas efectiva do fenómeno tuneril em Portugal e no seu todo.- coisa que também já o dissemos por estas bandas recentemente. E essa mutação é ela mesma uma prova de vida do fenómeno. Evidente que não é, aqui e ali, positiva a mesma, normal. Há coisas que poderiam sempre ser de outra forma. Mas isso faz parte da mutação.

No entanto, a dinâmica de uma cultura é feita precisamente de vários tempos, de várias cadências, patamares, camadas. Há coisas que, não mutando, vão-se antes ajustando às circunstâncias. A Tuna de há 30, 20 anos atrás não é a mesma de hoje porque nunca poderia ser. Nem aqui ao lado a tuna de hoje é a mesma de há 3 décadas atrás, mesmo que essa seja mais fiel a si mesma e face à nossa Lusa Tuna. Normal.

A Tuna Portuguesa sempre foi mais volátil que a sua congénere aqui ao lado e, atrevo-me a dizer, que qualquer outra seja de onde seja. Porque renasce de um paradigma totalmente distinto dos demais existentes pelo mundo onde há tunas estudantis. Logo, parece lógico que a mutação seja uma constante. Repare-se na imensidão de trajes que há por cá nas nossas tunas. Perceber porque é em si mesmo uma prova dessa mutação. E assim sucessivamente.

É a nota que, para mim, fica deste ano de 2018: Essa capacidade única de se transfigurar, mutar, reinventar - às vezes correndo mal, é certo, outras bem e que bem que o faz! - da tuna nacional, quase um catalizador da nossa própria sobrevivência.


Já agora, Boas Festas e um 2019 Pleno de sucesso....:)


RT