A Anos-Luz de uma corporação tuneril

03-05-2017

A Anos-Luz de uma corporação tuneril
Sempre tive urticária relativamente aos corporativismos, sejam eles de que tempo sejam, representando seja quem seja. Tenho para mim serem um dos cancros que impedem a evolução daquilo que se designa por sociedade evoluída. 


São uma espécie de extra plus no que seria saudavelmente tido como livre associação em razão de matéria, um exagero proteccionista que impede o escrutinar democrático por parte da restante sociedade, permitindo por oposição o livre rodar dos mais particulares interesses, num ciclo vicioso de auto-protecção blindada pelos próprios.


Sintomaticamente, a Tuna estudantil portuguesa padece - ao fim de 3 décadas após o "boom" - precisamente do mal oposto: Não tem qualquer peso corporativo enquanto um todo, seja onde seja. E isto num país que é um offshore de corporativismos diversos, que oscilam entre os de carácter semi-secreto até aos de ordem profissional.


Seria, pois, previsivel até, que ao cabo de 3 décadas existisse alguma estrutura, por mais débil que fosse, que e no limite, tivesse um carácter meramente consultivo, de mero aconselhamento até. Mas não, de todo: Nem sequer isso, que fará algo mais, ou mais à frente. 


O Voluntarismo de cada Tuna continua a resumir-se aos convites que endereça aos outros para o seu festival e pouco mais. Um jantar aqui, um apadrinhamento acolá e por aqui se fica o tal voluntarismo face ao todo do fenómeno. Continua-se, 3 décadas volvidas, a resumir a actividade tuneril e neste capítulo, repito, neste capítulo, a uma trincheira da 1ª Guerra Mundial onde dela se saí apenas quando tem de ser ou então, quando calha. 


A Tuna Portuguesa está para o corporativismo como o Passarinhos da Ribeira para a Champions League: Um oceano a separar. Se por um lado, se denota tamanho estágio pré-histórico, por outro não deixa de ser conclusivo porque razão (razões) ainda nenhum passo efectivo em frente, apenas um, foi dado, 30 anos depois. O que revela desde logo a enorme fragilidade do fenómeno face à opinião pública - que não é apenas a que assiste a festivais, note-se.


Continua-se no amadorismo puro, do "eu faço bem, tú fazes bem, nós fazemos todos mal".
  

Risco de corporativização, seguramente, não existirá nos próximos tempos. O que não impede algo mais - o que, francamente, urge.



Post Scriptum: O ano vai a meio, sensivelmente. Mas algo me diz que o segundo semestre deste ano trará novidades de monta, algumas até verdadeiras "bombas" termonucleares.....wait & see....:)


RT