O boato tunante

01-10-2008

O boato tunante


O boato tem raízes muito antigas, desde logo. E nasceu quando o nasceu a 1ª palavra e surgiu o 1º interlocutor. Tão velho quanto a Humanidade, portanto.

O primeiro boateiro não deve ter tido um campo muito amplo para a propagação da sua pretensa verdade a respeito de outrém; o problema é que mesmo assim ele sentiu um gosto doentio de vaidade por se sentir um pouco "dono" do destino de alguém. Desde então o boato ganhou um lugar entre as "ocupações" dos que têm pouco ou nada para fazer a não ser criar “factos” na vida dos outros.

O Historiador inglês Peter Burke diz sobre o boato:

“ É tolice acreditar literalmente em boatos, mas é igualmente tolo descartá-los por inteiro, porque essas histórias revelam alguma coisa sobre as preocupações, interesses, esperanças e medos dos indivíduos e grupos que as transmitem." (fim de citação).

O facto mais importante a realçar quanto ao boato é o lado perfeitamente doentio de quem o promove, para lá de altamente cobarde em toda a extensão do mesmo. Raramente ou nunca o boateiro admite que deu origem ao rumor e muito menos o assume depois de ser descoberto em flagrante delito.

Em Tunas, o boato mais não é do que a inveja face a alguém, face ao trabalho de quem o desempenha bem por via de regra, face a um prestígio, respeito consolidado por força de provas mais que dadas. Em Tunas o boateiro esconde sempre um infeliz imbecil ressabiado e que por não ser capaz de fazer parecido tenta com o boato destruir aquilo a que nunca chegou sequer perto. O boateiro em Tunas é apenas e tão só alguém que deve ser banido do meio por nada ter a ver com o mesmo.

Paradoxalmente em Tunas o boato acaba por ter sempre uma função oposta muito clara, a publicidade em torno do objecto do boato (o que prova ainda mais a imbecilidade do boateiro que assim ao querer provocar danos regra geral provoca antes e sim o efeito oposto), sendo que hoje em dia a publicidade é algo caro, até.

Quem acredita em boatos apenas é o lado B do boateiro. Nos tempos que correm cada vez mais ouvir bem é mais sensato do que falar. E nos tempos que correm acreditar em tudo que se ouve é também sinal de imbecilidade. Mais para mais quando neste nosso mundo tudo acaba por se saber...

fonte: http://asminhasaventurasnatunolandia.blogspot.com/